Prezado Dr. Therezo,
Antes de
mais nada, gostaríamos de agradecer a sua preferência em publicar o seu último
estudo em nossa revista científica. Ficamos realmente muito honrados com essa
escolha.
Como de praxe,
o seu artigo foi enviado a dois pareceristas para análise e muito nos alegra
dizer que ambos consideram o seu trabalho de excelente qualidade e merecedor de
divulgação em um periódico de importância como o nosso. Em anexo, o prezado
colega irá encontrar um documento com pequenos acertos necessários, mormente decorrentes
de erros de digitação.
No entanto,
cabe-nos enfatizar um pequeno ponto que, aparentemente, passou desapercebido ao
nobre colega pois temos a certeza de seu necessário conhecimento da recém publicada
BNI pelo MEC. Temos também a convicção de que o renomado colega não irá se opor
a realizar pequenas e irrelevantes modificações intentando com isso se adequar plenamente
às normas contidas na BNI.
Logo na
introdução de seu excelente artigo aparece a frase “... analisar o mito dos hemisférios
do cérebro...”. Entendemos a sua preocupação em desmistificar certos conceitos
arraigados na neurociência, mas acreditamos que a palavra usada (mito) vem
carregada, nessa frase específica, de uma conotação negativa, o que não é condizente
com a terminologia atualmente utilizada nas redes sociais. Sugerimos,
simplesmente, substituir a palavra “mito” por outra de igual valor mas que não propicie
o surgimento de qualquer polêmica online quanto a possíveis mitos que lá transitam
e habitam.
Mas talvez
isso seja apenas a ponta do iceberg dos problemas que vemos com relação aos
termos utilizados em seu pertinente trabalho. Não interprete, caro colega,
nossos comentários como críticas à metodologia de seus estudos, mais do que
correta e igualmente inovadora para se dizer o mínimo, nem tampouco reparos às
conclusões a que chegou ao final dele. Suas conclusões, enfatizamos, merecem
todo o nosso apreço por propiciar, isso sim, uma rica e profunda discussão em relevantes
questões em nosso ambiente acadêmico.
Nosso ponto
é que, ao longo do texto, você se refere às características positivas de cada
um dos hemisférios do cérebro. Nada há a objetar quanto a essas características
no que se refere ao hemisfério direito do cérebro, inclusive incentivamos um
maior aprofundamento em suas descrições. Quanto ao outro hemisfério, é preciso,
porém, um cuidado nas palavras utilizadas, mormente as de cunho positivo, visando
a devida adequação à Base Nacional Ideológica acima referida. É base dessa Base
evitar que certos conceitos ideológicos voltem a interferir no bom andamento do
ensino e da pesquisa nesse país e temos a certeza de que o reputado colega sabe
a qual termos estamos nos referindo E, convenhamos, as mudanças que estamos
sugerindo não são nada que um pesquisador premiado e maduro como o colega tenha
dificuldades em realizar. Por isso, deixamos a seu inteiro encargo essas,
digamos assim, adaptações à BNI.
Apenas, e apenas
isso, como sugestão gostaríamos de indicar um possível caminho, o da
conceitualização dos dois hemisférios do cérebro a partir de referências
espaciais. Ao invés de se utilizar as palavras “direito” e a outra, sugerimos
nomear os dois hemisférios do cérebro como sendo “o hemisfério direito” e “o
hemisfério direito no referencial invertido” o que, a nosso ver, pode bem
caracterizar os dois lados estudados sem imputarmos em confusões desnecessárias
ou impingirmos questões ideológicas a nossos estudantes. Com isso, evitamos nomear
algo que a BNI reputa como extremamente nocivo à nova sociedade e relacioná-lo
a valores positivos.
Por fim,
sugerimos repensar a dedicatória de seu trabalho.
Certos de
seu entendimento e na imensa expectativa de recebermos logo uma versão revisada
desse importantíssimo estudo, despedimo-nos atenciosamente enfatizando todo o
nosso apreço por sua vitoriosa carreira,
Editor-Chefe
da Revista
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