quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Sem somos - parte II

          Passo alguns dias falando com as pessoas, tentando descobrir algo mais que o óbvio para colocar em meu texto, preciso impressionar o chefe. E descobrir também quando que é o logo, este tal logo que custa a passar, que nos mata lentamente a todos, é preciso paciência nesta espera, aprendo com o velho que chegou com o seu grupo no mesmo dia que nós também chegamos. O clima coletivo de ajuda e espera, de esperança e de sabedoria natural. O tal logo que é um dos tempos desta espera. Participei de um jogo de futebol, integro-me fraternalmente ao grupo, afinal somos todos parte de uma mesma espera, mas mantenho-me seguramente à distância de um observador, de um narrador imparcial, é o nosso papel de imprensa...
          Uma noite o Juvenal se arranjou em uma barraca, ele me dizia que não voltava para casa sem ter comido uma sem-terra, este Juvenal não existe!  Tento dormir no carro mesmo, todo fechado, com este calorzão mas ao menos não sofro com os malditos insetos.   Mas não consigo pregar o olho, como é possível se gostar deste tipo de vida?  Vontade de voltar para casa, para um banheiro decente, para uma caminha quentinha ao lado dela.
          Saio para andar, não é tão tarde mas este pessoal dorme com as galinhas, o acampamento ressona tranquilamente, o estranho e sonoro uníssono da espera, algumas fogueiras resistem, em qual barraca estará dormindo o Juvenal?  Rio só de pensar, este Juvenal não existe!  Caminho um pouco a esmo e encontro o velho casco de árvore acocorado, junto a uma fogueira, pitando, distraído, o seu neto dormindo a seus pés.  Sento-me junto a ele, puxo conversa, ele me oferece um café: só de olhar o estado da caneca tento dizer não mas não há volta, seus olhos quase que imploram para que eu aceite o seu café, ele se sentiria humilhado se eu não aceitasse.  Esqueço um pouco o porquê de estar ali e jogo conversa fora com ele.  Que me conta que veio futurando desde o nada e desde sempre até aquele acampamento, que o único motivo de estar lá era o seu neto que agora dorme quase a seus pés.  Perguntei a ele se ele não iria dormir, ele me disse que não dormia mais, só sonhava.
- Desde quando? eu pergunto.
- Desde sempre, meu filho - o seu olhar marejou e ele continuou a pitar lentamente o seu cigarro.
... e o desde sempre é o terceiro tempo desta espera, desta espera inútil, agonizante, aprendo com o velho que veio do longínquo nada futurando a sua esperança, futurando um algo qualquer para o seu neto, desde sempre futurando, para sempre futurando...
          Para dormir, bebi uns bons goles da bebida que o Juvenal trouxe e esqueceu no carro.  Acordo assustado com o barulhão ao redor, o sol já começando a esquentar, ouço tiros e vejo fardados.  Uma correria e o Juvenal em cima do capô do carro tirando fotos.
          - Acorda, menino - ele grita para mim sem tirar o olho da câmara - Ô menino, está na hora de trabalhar...
Tento achar um lugar para poder observar melhor a bagunça.  O líder passa por mim e eu pergunto o que está acontecendo.  Ele olha bem para mim, assustado.
- De que planeta você vem?  Só mesmo um tolo para fazer uma pergunta destas... - ele responde preocupado com os tiros que agora soam de todos os lados.
Olho para a direção da cerca e vejo policiais e pistoleiros atirando contra o acampamento.  A correria e a revolta resultam em mortes.
          A longa demora, todos sabemos o quanto dura.  Dura tanto quanto o que queremos evitar, dura mais que o momento propício da fuga, menos que o estalo do arrependimento.  Dura exatamente o que não dá para se evitar, dura o quanto dura a nossa teimosia.  Vimos todos o avanço dos acampados armados com paus e pedras e o recuo desordenado e desesperado frente aos tiros.  E vimos todos, sem compreender, que depois de dispersos ainda sobrou bem no meio do campo de batalha o velho casco de árvore.  Em câmara lenta, com seus passos lentos mas firmes todos nós o vimos retornar procurando o seu neto.  Demoramos a perceber que ele estava ferido, que escorria sangue por seu peito.  Naquele silêncio imenso e cortante que se seguiu todos puderam perceber a dor que o rosto do velho trazia.  É quanto dura uma espera: o passo lento de um velho casco de árvore ferido...
          Mas estávamos todos hipnotizados pelos acontecimentos e não reagimos.  O velho caminhou mais um pouco, acocorou-se cheio de dor bem no meio do campo e lá ficou, seus olhos apertados diziam tudo, os dedos de seus pés forçando a terra, abrindo sulcos e penetrando nela como se fossem raízes, o velho ficou lá feito tronco de árvore cortada.
          O que mais há para contar?  Voltamos rapidamente para a cidade para melhor prepararmos a matéria, o Juvenal excitado com as fotos que tirou, com direito a gente ensanguentada e tudo o mais.  O jornal mandou uma outra equipe para cobrir os dias que se seguiram.  É verdade que pouco se aproveitou do meu trabalho e, depois de um tempo, fui transferido para o caderno cultural, é mais o seu estilo, menino, disse-me o editor.  Não estou decepcionado com a mudança, confesso, sempre se ganha alguns ingressos extras para os shows de música.
          Ao que parece, algumas pessoas ainda se recordam daqueles dias e tentam fazer com que nem tudo passe em branco mas para outras, tudo aquilo não passou de ficção, as balas não existiram, e por isso ninguém atirou, ninguém se feriu e ninguém morreu, pois nada aconteceu.  Neste país tudo é ficção, nada acontece realmente, como se pode esperar que alguém se lembre?

          De minha parte, voltei lá tempos depois.  A espera agora se resume a umas poucas famílias que ficaram por lá, estão tentando tirar daquela terra algo mais do que a simples sobrevivência, os demais se foram para tentar a sorte em outras terras, em outras esperas.  Demorei um pouco para achar o lugar exato da batalha mas finalmente encontrei o velho tronco casco de árvore acocorado, com suas raízes penetrando fundo na terra, de longe nem se distingue que é ele que está alí, o velho que chegou futurando a este sertão...


São Paulo, 1999



[[Essa é a segunda e última parte do conto "Sem somos" publicado no meu livro Gambiarra e outros paliativos emocionais (Ed. Arte PauBrasil, 2007). A primeira parte foi publicada na semana passada.]]

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Sem somos - parte I


Sem somos
sempre sem
somos sem
e mil outros
E contamos mais
Nós contamos
sermos com



          Ele criou raízes por lá, sem dúvida.  Mas quando chegou, poucos pensavam que iria sequer resistir, com toda aquela idade, com aquela pele que mais parecia o casco de uma árvore, seca como o lugar de onde vinha.  Aquele olhar tranquilo de quem já viu muita coisa, o passo duro e lento dos cansados.
          Foi assim que eu comecei a primeira versão do texto onde descrevia o que tinha acontecido naqueles dias da confusão.  Chamei-o de Os três tempos de uma espera e mal sabia que também eu teria que esperar para vê-lo publicado, espera esta que durou até o dia em que o editor me chamou, exigiu alguns cortes.
- Está muito parcial, muito sentimental - ele me disse, sugerindo algumas mudanças.
          Cedi às sugestões, quem sou eu?, e uma versão reduzida do artigo saiu meio que escondido em um caderno especial que o jornal publicou, junto às fotos do Juvenal.
          O velho, o Juvenal e eu chegamos quase que juntos ao acampamento.  Nós no carro da reportagem enquanto que o velho vinha a pé, em uma daquelas inúmeras levas de gente que surgiam do nada, daquele nada atrás do campo, daquele nada atrás daquele mato todo, do nada que é o nosso imenso país.  Do nada com alguns amigos e parentes, com o nada que eram todos eles, com o nada de seu neto de sete anos, com o nada que era a sua esperança, com o insignificante nada a somar-se aos outros nadas que somos nós...
          O Juvenal elogiou o meu texto mas eu nunca consegui distinguir se o seu elogio não era nada mais que um de seus ataques de cinismo.  Ele sempre dizia que para se sobreviver nesta vida só mesmo sendo cético e cínico.
- Não se consegue boas fotos se você não for um pouco cínico, viu garoto?  Nem se escreve um bom texto sem isto...
          Logo que saiu do carro, o Juvenal se apressou em tirar fotos dos acampados, dos que chegavam, das caras sofredoras, quanto mais casco de árvore, melhor, quanto mais olhar desesperado, mais o pessoal gosta, êta povinho para gostar de sofrimento!  Deve ter tirado boas fotos aquele dia o Juvenal.  Fomos mandados para lá para fazermos a cobertura do acampamento e deveríamos ficar por lá até acontecer algo, seja lá o que for, pois fontes seguras diziam que algo deveria acontecer por estes dias.  Na realidade, todos sabíamos o óbvio, que haveria uma invasão, que haveria reação, que haveria milícias e polícias, que haveria armas e tiros e entre mortos e feridos nem todos sobreviveriam, que haveria repercussão e que haveria desculpas e explicações e promessas e ameaças, e um julgamento e várias absolvições. E talvez houvesse até algo novo.  Mas cumpríamos o nosso dever jornalístico de informar tudo como se fosse uma novidade, as barracas armadas de forma ordenada, havia divisão de serviço e todos pareciam ocupados, menos as crianças que aproveitavam aquele espaço todo para fazer o que todos queríamos.  Para exercer o supremo direito de poder chutar uma bola mirando o horizonte e vê-la transformar-se no pôr de sol que agora embeleza a paisagem e que logo será a bela lua cheia, a tal bola chutada a esmo surgiria como a lua cheia de nossos sonhos.  A bola chutada pelo moleque remelento em direção ao horizonte, a foto que o Juvenal não conseguiu tirar.
          Fui atrás de uma conversa, e de algo para beber, qualquer coisa entre café e cachaça estaria bem.  Não me recusam nada, aqui tudo é de todos, mas se calam quando estou por perto, penso que até o silêncio é de todos. Foi assim nos vários dias em que estive no acampamento, olham-me com temor como se eu não fosse um ser igual a eles, não é assim que eles gostam de dizer? que somos todos iguais?  Puxo conversa em várias rodas e só em uma delas um cara que deve ser um dos líderes conversa comigo. Tento confirmar se haverá ou não uma invasão.
          - Não haverá invasão e sim uma ocupação - disse em um jogo de palavras olhando para o leste onde uma cerca ao longe era guardada por vários seguranças armados - todos sabem disto e é por isso que estamos aqui.
- Quando? - especulo.
Ele pita um cigarro lentamente e espera a fumaça se esvair no espaço.  Espero um pouco mais pela resposta que não vem e insisto na pergunta.
- Quando?
- Logo - foi a resposta.
- Logo, mas quando? Amanhã? Depois?  Daqui a uma semana?
- Logo, logo.  É a nossa medida do tempo.  Logo e nunca é o que mede a nossa vida.
- Mas entre o logo e o nunca pode ter muita coisa - argumentei.
- Talvez lá de onde você vem mas não para a gente... -  disse levantando-se. Segue em direção ao grupo do velho casco de árvore que está arrumando as suas coisas, armando uma barraca.
Irrito-me com esta falta de precisão. Eles pensam que eu sou algum espião?  Só estou aqui fazendo o meu trabalho, cobrindo a invasão. Eles deveriam me agradecer a publicidade que estamos dando e não dificultarem o nosso trabalho. O meu chefe quer que eu fique por aqui até a invasão mas não quero perder muito tempo com isto, não. Mais alguns dias e é o aniversário de minha namorada, ela nunca vai me perdoar se eu não estiver presente.




[[Essa é a primeira parte do conto "Sem somos" publicado no meu livro Gambiarra e outros paliativos emocionais (Ed. Arte PauBrasil, 2007). A segunda, e última parte será publicada na próxima semana.]]

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

outros tantos em Lisboa - parte II

Agora em janeiro, passei duas semanas em Lisboa lançando e divulgando o meu último livro de contos ("outros tantos", PENALUX, 2019). Agradeço ao pessoal da In-Finita (Adriana, Emanuel e Júlia) por terem organizado essa visita. Imensamente grato pela ótima acolhida nesse período. Na semana passada e nessa estou publicando algumas fotos nos eventos em que participei e também links para os programas de rádio e de TV onde fui entrevistado.

Vinte e três de janeiro de 2020 (10h).

No dia 23 fui recebido por Cristina e Ricardo no programa "Manhãs na TV" da TV Kuriakos. Conto uma pequena história para vocês terem uma ideia do quão "perto" estávamos do estúdio da Kuriakos. Ao irmos para a gravação pegamos um Uber que, seguindo as orientações de seu GPS, acabou entrando em  uma rua sem saída (apesar do GPS do Uber insistir que aquele era o caminho indicando uma rua à frente onde só havia um grande gramado...). Diria que até o GPS se perdeu no caminho... A solução foi usar o alternativo waze para, aí sim, acharmos o caminho (claro que tivemos que regressar uns bons quilómetros!). Mas compensou, a entrevista foi uma delícia! Quem estiver interessado pode acessar o link abaixo para ver alguns trechos.






Veja trechos do programa aqui.


Vinte e quatro de janeiro de 2020: lançamento na Livraria Barata, Lisboa (pelas 19h).

O lançamento do "outros tantos" em Lisboa foi na Livraria Barata, em uma chuvosa mas gostosa noite de sexta-feira. Muitos novos amigos lisboetas  compareceram e a conversa que tivemos foi extremamente agradável. A Barata é uma charmosa livraria já sessentona (foi inaugurada em 1957) e que sempre funcionou na Av. de Roma, 11. Vale uma visita lá!







Vinte e seis de janeiro de 2020: conversa com o João Dordio no Palácio Baldaya (pelas 11h).

Essa foi a segunda vez que o Palácio Baldaya, em Benfica, me recebe para uma conversa (em janeiro de 2018, participei de uma conversa com o escritor Raul Tomé). É um pequeno centro cultural que realmente vale a pena visitar.













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outros tantos, PENALUX, 2019

“Leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade, consistência: são esses os grandes valores literários, aqueles que merecem ser preservados, definiu Italo Calvino, um dos maiores escritores italianos. Não a toa, cada um deles dá titulo às seções deste livro. Os contos de Flavio Ulhoa Coelho são um mergulho nessas virtudes. Começamos com a leveza – despojamento e sutileza, tanto de linguagem quanto de estrutura – e não estamos mais abandonados. É na companhia dela que viajamos dentro do bonde 53 não para um lugar, mas para outro tempo – um em que cabem desejo, café recém-passado e pão quentinho. Passamos por olhares flutuantes, sofremos, nos reencontramos nos olhares futurantes e somos lembrados de que, encontro ou desencontro, só o final, essa mínima parte, muda. É também uma celebração da leveza o humor de Negro y Blanco em que tudo está posto, porém ainda assim o mistério persiste – um convite à imaginação do leitor, convite esse que perpassa todo o livro. Está no absurdo do homem que carrega uma maleta cheia de dedos em uma “missão secreta” em O carregador de dedos, na saudade rubra e triste de Natal, vermelho, na mudança de ponto de vista em Adocão, na dolorida homenagem ao pai em Nove de Julho. É contando com um leitor ativo, inteligente, que essas histórias se realizam."

Isabela Noronha, escritora e professora da pós-graduação Formação de
Escritores do Instituto Vera Cruz, em São Paulo


outros tantos, Editora Penalux, 198 págs, 2019, 
ISBN 978-85-5833-531-7. 

À venda no site da editora PENALUX.

Diretamente com o autor no e-mail: flavioucoelho@gmail.com  (com direito a dedicatória e a um outro livro do autor, à escolha: Gambiarra e outros paliativos emocionais (contos), Contos&Vinténs (contos), Guarda-Trecos (infantil), Pigarreios (romance) ou as nuvens amortecem a queda (contos).



Em Lisboa, à venda na Livraria Barata na Av. de Roma,11.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

outros tantos em Lisboa - parte I

Agora em janeiro, passei duas semanas em Lisboa lançando e divulgando o meu último livro de contos ("outros tantos", PENALUX, 2019). Agradeço ao pessoal da In-Finita (Adriana, Emanuel e Júlia) por terem organizado essa visita. Imensamente grato pela ótima acolhida nesse período. Mais abaixo e também na próxima semana, publico algumas fotos nos eventos em que participei e também links para os programas de rádio e de TV onde sou entrevistado.

Dezoito de janeiro de 2020 (14h30 a 16h30).

No dia 18 de janeiro, fui recebido pelo Jorge Gaspar em seu programa "As cores dos autores" na NTR-rádio.

















Vinte e um de janeiro de 2020 (das 18 às 20 horas).

Leituras de A a Zénite, conversa sobre literatura no Zénite Bar Galeria. 











Vinte e dois de janeiro de 2020 (das 11 às 13 horas).

Palestra na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa: Da LavaJato à VazaJato.





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outros tantos, PENALUX, 2019

“Leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade, consistência: são esses os grandes valores literários, aqueles que merecem ser preservados, definiu Italo Calvino, um dos maiores escritores italianos. Não a toa, cada um deles dá titulo às seções deste livro. Os contos de Flavio Ulhoa Coelho são um mergulho nessas virtudes. Começamos com a leveza – despojamento e sutileza, tanto de linguagem quanto de estrutura – e não estamos mais abandonados. É na companhia dela que viajamos dentro do bonde 53 não para um lugar, mas para outro tempo – um em que cabem desejo, café recém-passado e pão quentinho. Passamos por olhares flutuantes, sofremos, nos reencontramos nos olhares futurantes e somos lembrados de que, encontro ou desencontro, só o final, essa mínima parte, muda. É também uma celebração da leveza o humor de Negro y Blanco em que tudo está posto, porém ainda assim o mistério persiste – um convite à imaginação do leitor, convite esse que perpassa todo o livro. Está no absurdo do homem que carrega uma maleta cheia de dedos em uma “missão secreta” em O carregador de dedos, na saudade rubra e triste de Natal, vermelho, na mudança de ponto de vista em Adocão, na dolorida homenagem ao pai em Nove de Julho. É contando com um leitor ativo, inteligente, que essas histórias se realizam."

Isabela Noronha, escritora e professora da pós-graduação Formação de
Escritores do Instituto Vera Cruz, em São Paulo


outros tantos, Editora Penalux, 198 págs, 2019, 
ISBN 978-85-5833-531-7. 

À venda no site da editora PENALUX.

Diretamente com o autor no e-mail: flavioucoelho@gmail.com  (com direito a dedicatória e a um outro livro do autor, à escolha: Gambiarra e outros paliativos emocionais (contos), Contos&Vinténs (contos), Guarda-Trecos (infantil), Pigarreios (romance) ou as nuvens amortecem a queda (contos).

Em Lisboa, à venda na Livraria Barata na Av. de Roma,11.