quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Vinténs - II


Algum dia...

            Ao que, ela finalmente disse:
            “por ora, ainda quero investir em ser feliz...”
            E ele retrucou:
            “ainda bem que é só por ora... terei alguma chance mais tarde, não?
            Ambos riram e, pelo resto daquele primeiro jantar juntos, o silêncio perdurou, cada um deles pensando no exato sentido da frase que o outro dissera.



 Clichês

            Ele veio com a cantada padrão clichê para cima dela. Cantada ridícula, hilária, absurda. Antes de reagir como reagiria normalmente, ela se dispôs a olhar a ele de cima para baixo (talvez a justa encarada antes de iniciar o ritual do esculacho que ele mereceria...). Mas, a olhada mudou tudo... e, ao final, sorriu. Ela, pois ele já sorria há tempos
            Ele podia. E ela queria...
            Antes que ele abrisse de novo a boca, ela o levou para o seu apartamento e, lá, os clichês não entraram.





Lambança


            Lembra-se de todas aquelas lembranças? De nossos momentos todos, de nossas viagens, daqueles jantares maravilhosos? Lembra-se deles? Da música que compusemos juntos, das estrelas que não cansamos de contar, das mãos dadas, dos dedos entrelaçados? Do amor na areia úmida? Lembra-se deles? Dos planos? e que planos arrojados, né? E dos planos cotidianos? e dos tresloucados..., lembra? Lembra-se das risadas todas no final da madrugada regada a Tannat e Gruyère?
            Lembra-se?
            Pois é, esqueci-me de tudo! E foi de propósito!



pRima

            “Mexe nessa rima que ficará rica...” disse o poeta rico ao aprendiz.
            Ele mexeu, mas não ficou rico.
            Ao que o poeta retrucou: “dinheiro não é tudo, rapaz, case com sua prima que será feliz...”

            E, desta vez, acertou!

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