quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Thio Therezo em Óbidos


          Se há algo no Thio Therezo que eu realmente gosto é a sua preocupação em estar sempre presente nos momentos especiais. Final de semana lá estava ele em Óbidos para me prestigiar na Fólio. Foi um convite em cima da hora, pois só de última hora os organizadores do Colóquio de Literatura e Matemática souberam que eu estaria por perto. Muito gentis da parte deles me encaixarem entre duas falas. Decidimos que seria mais para uma conversa do que outra coisa, falar um pouco sobre minha experiência em Literatura e em Matemática, dois caminhos que tenho trilhado há um certo tempo.
Dois caminhos que o Thio conhece tão bem... Não que o Thio seja um profissional da matemática, mesmo assim ele me surpreende com a sua visão crítica e filosófica e frequentemente me põe em xeque-mate com as suas opiniões. E, de Literatura, ele se diz um mero contador de estórias, quem diria.
Chegamos de véspera lá e eu, em um daqueles momentos de silêncio, tentei puxar assunto perguntando se ele já conhecia Óbidos. Mal terminei minha pergunta e vi que ela era uma total idiotice. O Thio, olhar que conheço tão bem, sorriu e respondeu que sim, que já tinha vindo algumas vezes, sim...
E contou-me que muito mudara desde a primeira vez em que lá estivera. Nada dessa fila interminável de orientais tirando selfies, nada de ginja a cada dois passos ou de espadas medievais de madeira em cada esquina, nada de autor de novela dono de pousada no centro da cidade. Mas sim, havia o famoso queijo de Óbidos, feito do famoso leite de Óbidos, vindo das famosas vaquinhas de Óbidos. O queijo que comemos no café da manhã e que ninguém quis dizer onde poderíamos comprar mais. O Thio contou que, naquela imprecisa primeira vez em que esteve por lá, podia-se andar sem atropelos pela cidade, só o pessoal local, simpático e tagarela, e, de estranho, cruzava-se no máximo com uma ou duas vaquinhas, aqui ou talvez acolá.
Hoje, ao olhar à nossa volta, é difícil imaginar um outro cenário naquela charmosa cidade que não fosse esse atropelo todo de cidade grande.
Não posso deixar de mostrar algumas fotos de minha fala em Óbidos e um por do sol numa praia lá pertinho, pouco além da Lagoa de Óbidos. O Thio, sabemos todos, odeia aparecer em fotos, mas algum dia eu ainda consigo uma.




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