Se há algo no Thio Therezo que eu realmente gosto é a sua
preocupação em estar sempre presente nos momentos especiais. Final de semana lá
estava ele em Óbidos para me prestigiar na Fólio. Foi um convite em cima da hora,
pois só de última hora os organizadores do Colóquio de Literatura e Matemática
souberam que eu estaria por perto. Muito gentis da parte deles me encaixarem entre
duas falas. Decidimos que seria mais para uma conversa do que outra coisa, falar
um pouco sobre minha experiência em Literatura e em Matemática, dois caminhos que
tenho trilhado há um certo tempo.
Dois
caminhos que o Thio conhece tão bem... Não que o Thio seja um profissional da
matemática, mesmo assim ele me surpreende com a sua visão crítica e filosófica
e frequentemente me põe em xeque-mate com as suas opiniões. E, de Literatura,
ele se diz um mero contador de estórias, quem diria.
Chegamos
de véspera lá e eu, em um daqueles momentos de silêncio, tentei puxar assunto
perguntando se ele já conhecia Óbidos. Mal terminei minha pergunta e vi que ela
era uma total idiotice. O Thio, olhar que conheço tão bem, sorriu e respondeu
que sim, que já tinha vindo algumas vezes, sim...
E
contou-me que muito mudara desde a primeira vez em que lá estivera. Nada dessa
fila interminável de orientais tirando selfies, nada de ginja a cada dois
passos ou de espadas medievais de madeira em cada esquina, nada de autor de
novela dono de pousada no centro da cidade. Mas sim, havia o famoso queijo de
Óbidos, feito do famoso leite de Óbidos, vindo das famosas vaquinhas de Óbidos.
O queijo que comemos no café da manhã e que ninguém quis dizer onde poderíamos
comprar mais. O Thio contou que, naquela imprecisa primeira vez em que esteve por
lá, podia-se andar sem atropelos pela cidade, só o pessoal local, simpático e
tagarela, e, de estranho, cruzava-se no máximo com uma ou duas vaquinhas, aqui
ou talvez acolá.
Hoje,
ao olhar à nossa volta, é difícil imaginar um outro cenário naquela charmosa
cidade que não fosse esse atropelo todo de cidade grande.
Não
posso deixar de mostrar algumas fotos de minha fala em Óbidos e um por do sol numa
praia lá pertinho, pouco além da Lagoa de Óbidos. O Thio, sabemos todos, odeia
aparecer em fotos, mas algum dia eu ainda consigo uma.
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