quinta-feira, 29 de novembro de 2018

iba áles, quatro


- moço bonito esse que caiu do céu hoje...
- que estória é essa, menina?
- barbudo, meio sujo, mas bonito!
- cada coisa que você me inventa, ach!
- ele se estrupiou todo na queda, sobrou pouco.
- ah é? depois você me mostra ele, tá?
Podia mostrar não, ficou com pena do moço bonito, abriu um buraco, jogou lá dentro, sacrilégio deixar aos urubus.
- o trovão antecipou a queda...
- como? céu azul, limpinho.
- céu azul, mas o trovão veio vindo de longe, nada se via por cima das árvores, foi crescendo, trovão foi crescendo e de repente o barulho dele caindo.
- assim?
- é! foi rasgando as folhas e se estrupiou todo, moço bonito, barbudo...
- ach, menina! que imaginação...
De repente, o silêncio veio adentrando o salão onde se reuniam todos, silêncio acompanhando os passos firmes do doutor.
Já lá na frente de todos, ele ajeitou o microfone e cumprimentou a todos.
- iba áles!
- iba áles! - responderam em uníssono as bocas caladas, as vozes inexistentes.


[[ Apresentação do Pigarreios. Nessa quinta-feira, dia 29 de novembro, o meu livro Pigarreios será apresentado na FNAC do Gaia Shopping, em Vila Nova de Gaia, Portugal. É na Av. dos Descobrimentos, 549. Lá pelas 19 horas. Apareçam!!! ]]

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Setor 24 do Estádio da Luz


          Há tempos o setor 24 do Estádio da Luz é, digamos assim, místico. E para o Thio Therezo, em particular, é o setor que tem o maior encanto no principal estádio português. Pois foi lá que ele assistiu, estupefato, à derrota de Portugal para a Grécia na final da Eurocopa de 2004. Chorou junto aos adeptos portugueses, naquela que seria a grande decepção futebolística do país (doze anos depois, Portugal iria ganhar o seu título, mas longe da Luz o que, digamos, não é a mesma coisa...). Foi nesse setor também que o Thio viu o Real ganhar do Atlético, ambos de Madrid, aquela final épica da Champions de 2014.
Não por outro motivo, quando o Thio Therezo foi comprar ingressos para o jogo do Benfica com o Ajax, ele escolheu justamente esse setor. Jogo crucial da Champions League para a equipa dos encarnados.
          É lá que encontramos o adepto cego que acompanhou tudo com o seu fone de ouvido. Torceu, festejou o golo do Benfica que aconteceu bem na nossa frente, sofreu no escuro o seu sonho de vitória.
Mas é lá também que a menina de seus quinze anos xingou e xingou os jogadores e tanto xingou que o Thio comentou com a gente que estava atualizando o seu vocabulário de adepto português. Aliás, a torcida feminina do setor 24 foi bem atuante, gritos e gestos.
          Foi lá que ouvimos os adeptos (ouvimos mas não vimos direito) do Ajax logo acima da gente, nível 2 do estádio. Pequena e barulhenta, essa torcida se sobrepôs aos gritos de “Benfiiiiicaaa...” em quase todos os momentos do jogo. E, antes mesmo de seu início, vimos as cadeiras vermelhas se lançarem em longos vôos inimagináveis, reagindo assim aos cassetetes (cacetetes?) e sprays pimenta da tropa de choques. De um lado a outro, de outro lado a um, as cadeiras ao final trocaram de lugar, tão cansadas elas estavam daquela rotina numérica.
          É, foi lá que, bem atrás da gente, dois ingleses falaram e falaram e falaram o jogo inteiro (e como falam os ingleses!), naquele tom monocórdio e supostamente engraçado (e como eles se acham engraçados!). Parece que até viram um ou outro lance da partida.
          Torcida uniformizada japonesa nas primeiras fileiras.
          Muitos adeptos do setor 24, muito mais do que de outros setores, foram transportados instantânea e miraculosamente aos telões do estádio. Aos pares, grupos dispersos ou mesmo sozinhos todos sorriram e acenaram desfrutando de seus eternos momentos.
          Lá, no setor 24 nada escapa... Nem o melô do fingidor:
O jogador é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que pretende quente
          E lugar melhor não há para se ver o rasante que a águia Vitória dá sobre os torcedores no pré-jogo antes de pousar gloriosa, como gloriosa é a equipa dos encarnados, no meio do gramado. Ou ver o gandula passar o jogo brincando com a bola, sonho de garoto, sonho de estar dentro do campo do Estádio da Luz e brilhar.
          Beijos calorosos, flertes desperdiçados na noite friazinha, selfies abundantes, premières, repetições, reencontros, acertos de contas, desacertos, cadeiras ocupadas por espertinhos, hot-dogs fedorentos, cervejas baratas.
          Nada se perde estando no setor 24, nível 0, do Estádio da Luz. Nada.
          Cachecol comemorativo e gorro vermelho, despedimo-nos do Thio logo que saímos do estádio e caminhamos para casa no friozinho de novembro, acompanhados de outros torcedores e sonhos e cotidianos suspensos, deixando para trás o setor 24 à espera de seus novos momentos de glória.
Ah! E o jogo? Terminou empatado...


[[ Apresentação do Pigarreios. Na próxima quinta-feira, dia 29 de novembro, o meu livro Pigarreios será apresentado na FNAC do Gaia Shopping, em Vila Nova de Gaia, Portugal. É na Av. dos Descobrimentos, 549. Lá pelas 19 horas. Apareçam!!! ]]

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

iba áles, três


A chuva sequer se deu à gentileza de parar naquela manhã. Constante e irritante, o celestial gotejamento fazia piorar ainda mais a dor que ele sentia. Encurvado, o seu pequeno e velho e roto guarda-chuvas mal o protegia da água suja que o céu vertia em cima dele.
Em tempos de neotempestades, permanecer seco era um grande desafio para ele. Mesmo dentro de casa, parecia que a chuva não parava, o tempo nublado encobria todos os cômodos, a neblina que por vezes aparecia escondia até a TV. Pisava poças quando andava do quarto ao banheiro, à cozinha, à sala.
Pingando chuva e desespero, dor e desesperança, ele finalmente chegou ao hospital. Dor insuportável, pressão lá em cima, primeira atitude foi o de deitá-lo em uma maca para estabilização. Ele olhava o teto branco e pensava, como pagar caso precisasse de algum tratamento? A dor seria amenizada, isso a compaixão incluía, incluiria até um pequeno lanchinho antes de ser despachado para casa. Mas a compaixão incluiria também algum necessário tratamento posterior?
Nem deu tempo de pensar muito. Ultrassom assim que a dor amenizou, ressonância assim que o ultrassom mostrou incoerências, o atendente assim que os resultados saíram.
- Bom, meu caro, acima de tudo, as boas notícias!
Ele esperava por uma que fosse, dois anos de más notícias e finalmente uma que fosse, pensou aliviado.
- Vejo pelos exames que você não tem pedras nesse rim direito. Mesmo porque você já não tem o rim direito...
Se o objetivo era desanuviar o ambiente com essa piadinha, o atendente não conseguiu, pois isso só encheu de mais dúvidas o paciente. Como assim eu não tenho o rim direito? Desde quando? Com a confusão estampada em seu rosto, o atendente percebeu que algo não ia bem e mudou o tom.
- Você não tem esse rim, se lembra de quando ele foi extraído?
Ele não se lembrava, não. Suas mãos tocaram o corpo e não sentiram nenhuma cicatriz, recente ou não. O atendente então pediu que ele levantasse a camisa e lá estava, a não cicatriz exibindo a sua não existência.
- Você tem algum ultrassom mais antigo para eu poder comparar?
Não, não tinha.
- Então está explicado. Você nunca teve rim direito, senão apareceria uma cicatriz. A dor, não sabemos sua procedência, mas deve ser a tal dor fantasma que tanto se fala atualmente, algo como uma pós-dor se se pode falar desse jeito, uma psico-dor de acordo com alguns estudos. Mero mimimi... Basta googlear que você encontra detalhes disso, essa internet hoje em dia nos ensina cada coisa! O conhecimento todo lá, nem se precisa mais de outras coisas.
E o atendente parou de falar finalmente. Nunca tive rim direito? Novidade isso. Mas talvez até nunca tenha tido essa orelha que acho que me falta agora, talvez esse dedo da mão esquerda que ora não vejo nunca tenha existido mesmo. Talvez tenham sido apenas frutos de minha imaginação. E eu, existo?
São seguramente os tempos neoprépós incorporados ao cotidiano, nunca se tem certeza do passado. O passado é o que estabelece o momento presente, tudo começa no exato instante em que se vive, nada dessa abstração chamada passado. Talvez o google possa me explicar esse eterno presente. Tempos de pós-passado.
          O atendente interrompeu suas inúteis divagações.
          - Vamos te receitar um calmante e repouso por uns dias. Mas não muitos, porque, acima de tudo, é preciso estar ativo. Ninguém mais quer uma pessoa que não contribua para o bem estar geral, né? E nada de ficar fazendo artes por aí, tá? Isso só vai agravar o seu estado.
          Dito isso e entregue a receita, o atendente se levantou, nada mais havia a ser feito lá. Ele, ainda atordoado, levantou-se, seguiu até a porta e ao tentar abri-la sentiu falta de sua mão, ela não estava lá como acreditava que estivesse quando chegou ao hospital. O atendente percebeu o seu embaraço ao olhar o vazio que ocupava a continuação do braço. Tempos de pós-gentilezas, ele sorriu amarelo e abriu a porta para o confuso paciente.
          Em tempos de neologismos, voltou para casa, mancando a falta de seu pé esquerdo. Não esqueceu de passar na farmácia para comprar o necessário remédio. Acima de tudo, sua saúde.


[[Essa é a terceira parte do conto, as duas primeiras foram publicadas nas semanas anteriores.]]
[[O Thio Therezo após ler esse conto apenas comentou: meio óbvio, não, garoto? meio década de sessenta... Não me restou senão sorrir amarelo, e nem retruquei que são os tempos que são óbvios, que são eles que estão muito década de sessenta, mas deixa prá lá.]]

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

iba áles, dois

          Doíam as suas costas, altura do rim direito. Seria uma pedra? Seria uma daquelas dores estranhas que o estava acometendo já há dois anos? Começaram leves, inconstantes e dispersas, pioraram, nunca pararam. Em tempos de neocertezas, o melhor seria se conformar. Mas não, ele resistia. Resistia meio que solitariamente, é certo, mas resistia, queria saber de onde elas vinham.
Meses atrás, descobrira depois de um sonho agitado que lhe faltava uma das orelhas. Procurou então por baixo do travesseiro, por entre os lençóis e nada. Conformara-se ao final, ainda ouvia bem e ainda tinha a outra orelha intacta. Deixou o cabelo crescer, um boné estratégico, ninguém repararia. E, se reparassem, nada seria dito, nada seria apontado nem perguntado. Nesses tempos pós-solidariedade cada um por si que já é demais.
          A dor à altura do rim direito o atordoava particularmente naquele dia e ele saiu bem cedo de casa para procurar ajuda. Descuidado, chamou o elevador assim que ouviu ele se mexer, já deveria estar liberado, já deveria estar disponível a todos.
          Mas qual-o-quê... assim que a porta se abriu nada evitou o constrangedor gesto de um sujeito tentando sair pois achou que já tinha chegado a seu andar e outro sujeito já se dirigindo a entrar no elevador que acabara de chegar. Quase se trombaram, o que poderia levar a consequências inesperadas a ambos, porém indesejáveis a ele.
O doutor percebeu primeiro a confusão e recuou, seu sorriso nada significava além de surpresa e, como o seu humor estava bom aquele dia, de aceitação. Ele, por sua vez, recuou, desculpou-se e tentou fechar a porta pra deixar a vida seguir os seus passos. Mesmo com dor, o prudente era esperar a sua vez.
Em tempos de pré-resignações  nada mais justo que aceitar o destino que nos é imposto intempestivamente e o doutor, magnânimo, segurou a porta aberta e, com um gesto, indicou ao assustado e indefeso e dolorido ele que ali se encontrava que entrasse, que compartilhassem juntos dessa experiência única que é ser transportado na vertical.
- Vamos, garoto, não se acanhe, entre, no elevador cabem nós dois.
Ele ainda persistiu em suas dúvidas, mas a dor o fez aceitar a grata oferta do doutor. Arrependesse depois, arrependido estaria. O doutor ainda falou, no intuito de apressar o rapaz que ainda hesitava.
- Vamos, garoto, o tempo urge!
Entrou. A porta se fechou e seguiram a vertical viagem rumo ao chão.
- E, garoto, acima de tudo, um bom dia!
Sabe a eternidade? É dividir um elevador com o doutor, poucos andares que sejam, tentando disfarçar a dor que sente. É tentar se posicionar à frente dele tentando deixar a sua faltante orelha fora de seu campo de visão. É sentir vergonha de seu cabelo comprido que serve mais pra encobrir que pra enfeitar. É puxar o boné, todo torto, para que não se veja o buraco por onde ainda escuta, por onde escuta cada vez mais, mais barbaridades. É se lembrar do dedo faltante e esconder a mão esquerda por trás da direita.
É esperar o tempo virar pós-tempo.
Mas a eternidade, mesmo ela, um dia se acaba levando junto o tormento. Quando chegaram ao térreo, ele se afastou para dar passagem ao doutor que sorriu e agradeceu.
E só aí ele se deu realmente conta de que compartilhara imprudentemente o elevador com o doutor e que ele até o tratara bem nesse dia.
Essa experiência, ele sabia, não seria relatada a quem quer que fosse. Nem mesmo ao porteiro que, agora está mais preocupado em responder apropriadamente o cumprimento do doutor. Nem a qualquer vizinho que talvez interpretasse mal o que escutasse, seria dado como bajulador de poderosos, seria dado como traidor. Nem aos pós-amigos ou aos futuros pré-conhecidos.
E, acima de tudo, torcer para que o doutor o esquecesse, que nunca se interessasse por sua existência.
Elevador liberado, ouviu os ruídos das pessoas apressadas. Apressou-se ele mesmo e saiu de mansinho pela porta dos fundos, não queria ser visto ali pelo primeiro vizinho que saísse do elevador.
          Passo lento, dor que encurva, seguiu seu caminho. Melhor ele também esquecer o que se passara, melhor se concentrar na dor que não passara e não passará, provavelmente, até sua ida ao seu médico.

[[ na próxima semana, a terceira e última parte desse conto ]]

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

iba áles, um


          Não que assim quisesse ou esperasse, muito pelo contrário, mas o dia amanhecia nublado de novo, frio, chuvoso. A chuva fina dos desesperançados, o céu cinzento dos impotentes, a tristeza dos remanescentes, dos resistentes. Dois anos já e o tempo era sempre esse, quase um desde sempre, já que a memória é curta nesses tempos de pré-mentiras e pós-verdades, tempos de neoinformações transitando nos subterrâneos da vida, nas sombras, nos esgotos.
          Pela janela, olhava a rua. À espera. Apesar da pressa, apesar da dor misteriosa em seu corpo, ele teria que esperar o elevador ser liberado para poder sair. E esperava como todos deviam esperar nesses dias, resignados e impacientes.
          Escada interditada por ordens superiores, todos no prédio, andares altos ou baixos, dependiam de um único elevador. Mas dependiam principalmente dele estar liberado, ninguém podia usá-lo pela manhã antes que o doutor assim o fizesse. Claro que isso trazia os devidos inconvenientes, atrasos no trabalho e na vida, repreensões por suposta vagabundagem, mal entendidos diversos, mas o que fazer?
À espera, olhava a rua pela janela. Pousou a mão esquerda no vidro embaçado e só aí percebeu, faltava-lhe um dedo, o quarto a partir do polegar, o segundo a partir do mindinho. Estranhou mais do que qualquer outra coisa, mais que uma possível dor, como é que poderia ter perdido assim o dedo? Olhou a mão, olhou os quatro dedos que ainda resistiam e não conseguiu olhar o dedo faltante. A dor do resto do corpo, que só piorava, fê-lo esquecer o dedo, uma coisa de cada vez. Doía mais no lado direito à altura dos rins, e como doía! Mas ele esperava, tinha que.
          Em tempos de pós-precisão, o doutor era quase metódico. Acordava serenamente e com a certeza da verdade embutida em suas entranhas. Um lento e preciso espreguiço ao que se seguiam as abluções matinais necessárias, o café escuro sem açúcar com torrada amanteigada, os ovos moles e uma fatia de bolo de mandioca amanhecido. Com a serenidade que lhe era peculiar, verificava a cada minuto o seu relógio de bolso.
Em algum momento precisamente indefinido entre oito e oito e meia da manhã, o doutor despontava altaneiro de seu apartamento de cobertura e encontrava o elevador à sua espera. Assim ele gostava, assim a vida o premiara, assim acreditava. Merecedor, disso estava convicto.
          Sozinho na grande maioria das vezes, ele descia até o térreo onde o porteiro teria a grata autorização de cumprimentá-lo respeitosamente ao que o doutor inevitavelmente responderia:
          - Meu caro, acima de tudo, um bom dia!
          Um carro o esperava na rua vazia. O doutor repetia ao motorista o mesmo cumprimento e, a depender do humor, até se permitia trocar um par de frases a mais, é importante tratar os subalternos com respeito, assim aprendera de seu pai. E lá seguiria o doutor sem olhar para trás, sem sequer imaginar a correria que deixava para trás, gente apressada disputando o único elevador agora liberado a todos.
          E nesse instante, todos sabiam, teriam que aproveitar aquele par de horas para usá-lo pois, passado esse tempo, a esposa do doutor poderia, ou não, necessitar do elevador. Ela costumava acordar mais cedo para preparar o café da manhã do doutor, claro que não dava tempo de se arrumar totalmente, mas a correria matinal incluiria sim uma ligeira arrumação pessoal. O doutor detestava tomar café com ela de pijama, mas isso era uma mania que herdara do avô, dizia sempre entre risos marotos para os seus seguidores.
          Com o doutor a bordo do carro, sua esposa finalmente relaxava, fumava escondida um de seus inúmeros cigarros e punha-se a se arrumar. Todos no prédio sabiam então que teriam um largo tempo de disponibilidade do elevador porque ela gostava e gostava, e quem poderia censurá-la por isso?, de ter esse tempo só para ela. Mais tarde, inevitavelmente, sairia e visitaria lugares que poucos sabiam onde eram, nem mesmo o doutor. Mas isso não vem ao caso de ninguém, não é mesmo? Em tempos de neoprépós, alguns assuntos são proibidos e outros, evita-se comentar.

[[ esse conto continua na próxima quinta]]