- moço
bonito esse que caiu do céu hoje...
- que
estória é essa, menina?
-
barbudo, meio sujo, mas bonito!
- cada
coisa que você me inventa, ach!
- ele
se estrupiou todo na queda, sobrou pouco.
- ah
é? depois você me mostra ele, tá?
Podia
mostrar não, ficou com pena do moço bonito, abriu um buraco, jogou lá dentro,
sacrilégio deixar aos urubus.
- o
trovão antecipou a queda...
-
como? céu azul, limpinho.
- céu
azul, mas o trovão veio vindo de longe, nada se via por cima das árvores, foi
crescendo, trovão foi crescendo e de repente o barulho dele caindo.
-
assim?
- é!
foi rasgando as folhas e se estrupiou todo, moço bonito, barbudo...
- ach,
menina! que imaginação...
De
repente, o silêncio veio adentrando o salão onde se reuniam todos, silêncio
acompanhando os passos firmes do doutor.
Já lá
na frente de todos, ele ajeitou o microfone e cumprimentou a todos.
- iba
áles!
- iba
áles! - responderam em uníssono as bocas caladas, as vozes inexistentes.
[[ Apresentação do Pigarreios. Nessa quinta-feira, dia 29 de novembro, o meu livro Pigarreios será apresentado na FNAC do Gaia Shopping, em Vila Nova de Gaia, Portugal. É na Av. dos Descobrimentos, 549. Lá pelas 19 horas. Apareçam!!! ]]
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