o tempo prescreve certas ações.
e quem há de culpá-lo, ao tempo, se
gavetas não o alertam sobre papéis lá esquecidos? ou se papéis lá esquecidos não
o alertam sobre frases lá depositadas? ou se as frases não o alertam sobre suas
palavras, dignas ou não, lá alinhadas? ou mesmo se as palavras, se esquecendo
de seus significados, não o alertam sobre suas responsabilidades?
e quem há de censurá-lo, ao tempo,
pelos recessos intelectuais impingidos a tantos partícipes de homenagens e
quetais? ou pelas preguiças inerentes a quem chega a tal?
e quem há de ignorá-lo, o tempo,
pelas agressivas falas havidas e consequentes desmentidos, pelo esqueçam o que
já disse, pelos habituais sem comentários?
e quem há de incriminá-lo, ao tempo,
por tanta má-fé vagando ao nosso redor?
e quem há de culpá-lo, ao tempo, pelas
ausências de calendários à vista? ou mesmo de outras representações temporais?
e quem há de responsabilizá-lo, ao
tempo, pelo caldo incerto em que palavras normativas se digladiam e por vezes
até naufragam? ou pelo caldo incerto que queima quem dele se aproxima com
intenções outras que as já centenárias?
e quem há de perdoá-lo, ao tempo, tantas
coisas passadas, tantos aborrecimentos intercalados?
e quem, por fim, há de culpá-lo, ao
tempo, pelo quase eterno descanso usufruído pelos doutos autodeclarados guardiães?
o tempo, quiça inocente, prescreve suas
ações.
iba áles a todos! assim finalizava o termo de prescrição...
Nenhum comentário:
Postar um comentário